Um Geoparque Mundial da UNESCO é uma área única e unificada onde locais e paisagens de importância geológica internacional são geridos numa conceção holística de proteção, educação e desenvolvimento sustentável.
Um Geoparque Mundial da UNESCO utiliza o
seu património geológico, em conjunto com todos os outros aspetos do
património natural e cultural da área, para aumentar a consciência e a
compreensão de questões-chave com que a sociedade se depara, como a
utilização sustentável dos recursos do Planeta, mitigando os efeitos das
mudanças climáticas e reduzindo o impacto das catástrofes naturais.
Através de uma maior consciencialização da importância do património
geológico da região na história e na sociedade, um Geoparque Mundial da
UNESCO concede aos seus habitantes um sentimento de orgulho na sua
região e fortalece a sua identificação com o território. A criação de
iniciativas inovadoras locais, de novos postos de trabalho e de cursos
de formação de alta qualidade é estimulada, enquanto novas fontes de
receita são geradas através do geoturismo e os recursos geológicos são
protegidos. Fonte: https://unescoportugal.mne.gov.pt/pt/redes-unesco/geoparques-mundiais-da-unesco
Redes Global e Europeia de Geoparques
A Rede Europeia de Geoparques (REG) foi criada no ano de 2000, por
quatro geoparques oriundos da Alemanha (Geopark Gerolstein/Vulkaneifel),
Espanha (Maestrazgo Cultural Park), França (Réserve Géologique de
Haute-Provence) e Grécia (The Petrified Forest of Lesvos), constituindo
uma organização independente, mas com o apoio da Divisão de Ciências da
Terra da UNESCO.
Em 2004 foi estabelecida a Rede Global de Geoparques (RGG),
formada inicialmente por 8 Geoparques chineses e por dezassete europeus
que, na altura, constituíam a REG. Em 2006, Portugal constituiu as
listas das Redes Europeia e Global de Geoparques, com o Geopark
Naturtejo da Meseta Meridional, seguindo-se a entrada do Geopark Arouca
em 2009 e do Geopark Açores em 2013.
Em abril de 2021, o Conselho Executivo da UNESCO aprovou a designação de 8 novos locais que demonstram a diversidade da geologia do planeta como novos geoparques.
Com as adições deste ano, o número de locais na Rede Global de Geoparques da UNESCO aumentou para 169 em 44 países.
O Brasil pode ter, em breve, mais um geoparque reconhecido internacionalmente pela Unesco. Representantes da organização, acompanhados do Ministério do Turismo e de outras entidades, realizaram, durante esta semana, uma visita técnica ao Geoparque Seridó para avaliação da candidatura do território à Rede Mundial de Geoparques. Atualmente, apenas o Parque Geológico do Araripe, no Ceará, possui a certificação no Brasil.
Entre os itens observados na visita destacaram-se as ações desenvolvidas na região para a promoção do turismo de forma sustentável e para a implementação de projetos que contribuam com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O resultado da avaliação deve ser divulgado até abril de 2022.
Durante três dias os técnicos da Unesco e de outras instituições participaram de reuniões com a governança local e acompanharam os projetos desenvolvidos pelo geoparque, que envolvem educação, geoconservação e turismo junto às escolas públicas.
O Geoparque Seridó compreende seis municípios: Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas. São mais de 2,8 mil km² na Caatinga, bioma único do mundo. Em todo o território, o turista contempla a cultura local, a história, a gastronomia e a natureza, além de materiais geológicos como as rochas metamórficas do período Paleoproterozoico, que datam até dois bilhões de anos.
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