Primeiro compreendendo um pouco os conflitos do Leste Europeu
O leste europeu e os países pertencentes à CEI (Comunidades dos Estados
Independentes) enfrentam diversos problemas de ordem social, económico,
além dos constantes conflitos desencadeados por intolerância étnica (xenofobia) e
questão territorial. A CEI é composta por um conjunto de países que
compunha a ex-União Soviética.
O declínio da União Soviética somada à independência das ex-repúblicas
soviéticas fez ressurgir diversos focos de tensão na região do leste
europeu e dos países da CEI.
Conflitos Rússia - Ucrânia
Já a situação conflituosa entre Rússia e
Ucrânia começou oficialmente depois de uma invasão russa à península da
Crimeia, em 2014. O território foi “transferido” à Ucrânia pelo líder
soviético Nikita Khrushchev em 1954 como um “presente” para fortalecer
os laços entre as duas nações. Ainda assim, nacionalistas russos
aguardavam o retorno da península ao território da Rússia desde a queda da URSS, em 1991. Esta anexação nunca foi aceite pela Rússia.
Já independente, a Ucrânia buscou alinhamento com a UE (União Europeia) e Otan enquanto profundas divisões internas separavam a população. De um lado, a maioria dos falantes da língua ucraniana apoiavam a integração com a Europa. De outro, a comunidade de língua russa, ao leste, favorecia o estreitamento de laços com a Rússia. O conflito propriamente dito começa em 2014, quando Moscou anexou a Crimeia e passou a armar separatistas da região de Donbass, no sudeste. Há registro de mais de 14.000 mortos....
Fonte:Poder
OTAN
Mas toda a questão que aciona os alarmes da da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte é a forte militarização com armas nucleares e moderno armamento que hoje possui a Rússia e as 3 centrais e 15 reatores nucleares que existem no território ucraniano. Uma vez que a Rússia anexe o território que hoje pertence ao Estado Ucraniano, a Rússia incrementa seus recursos energéticos nucleares e de gás natural. Além disso, a Ucrânia é conhecida por ser o celeiro da Europa, com um dos solos mais férteis do mundo, Chernossolos e Argissolos, muito ricos e férteis, o chamado tchernozion, que tem grande quantidade de matéria orgânica.
OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN — em francês: Organisation du Traité de l'Atlantique Nord; em inglês: North Atlantic Treaty Organization - NATO[2]), por vezes chamada Aliança Atlântica, é uma aliança militar intergovernamental baseada no Tratado do Atlântico Norte, que foi assinado em 4 de abril de 1949. A organização constitui um sistema de defesa coletiva através do qual os seus Estados-membros concordam com a defesa mútua em resposta a um ataque por qualquer entidade externa à organização. A sede da OTAN localiza-se em Bruxelas, na Bélgica, um dos 30 países membros em toda a América do Norte e Europa, sendo que o mais recente (a Macedónia do Norte) concluiu o processo de adesão em 29 de março de 2020.[3] Um adicional de 21 países participam da Parceria para a Paz da OTAN, com 15 outros países envolvidos em programas de diálogo institucionalizado. O gasto militar combinado de todos os membros da organização constitui mais de 70% do total de gastos militares de todo o mundo.[4] Os gastos de defesa dos países membros devem ser superiores a 2% do PIB.
Imagem: wikipedia
Por outro lado, a Rússia nunca aceitou a possível "ocidentalização" da Ucrânia. Atualmente a OTAN está composta por 30 países. Durante a Guerra Fria a OTAN desencadeou um projeto de expansão. Neste projeto, Países Bálticos como Lituânia e Estónia entraram para a Otan. Na Guerra Fria, essas nações faziam parte do Pacto de Varsóvia, que foi justamente uma resposta da URSS à Otan, em 1955. a Rússia sempre foi contra a adesão desses países à Otan, mas mantinha diálogo com os Estados Unidos e os países europeus. O país aderiu uma postura de contrariedade com a ascensão do nacionalismo russo.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em encontro na Alemanha, em 2016 Adam Berry/Getty Images .
São muitos os fatores que culminaram nesta situação dramática.
Para compreender a tensão entre russos e ucranianos, é preciso recapitular a história recente e entender as motivações da Rússia ao invadir a Crimeia, península situada ao sul da região ucraniana de Kherson e a oeste da região russa de Kuban, que havia sido concedida à Ucrânia em 1954.
As divergências entre a Rússia e a União Europeia (UE) — aliada dos Estados Unidos e do Ocidente, de forma geral — se estendem desde, pelo menos, o final da Guerra Fria, em 1991, quando a União Soviética, que englobava tanto a Rússia quanto a Ucrânia, se desintegrou.
Em 2013, o então presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, manifestou interesse em assinar um acordo de livre comércio com a UE, mas, pressionado por Putin, que tem grande interesse em continuar exercendo poder sobre a Ucrânia, nada foi assinado.
Naquela altura, a Ucrânia, já dividida entre a população de Kiev, a capital do país, que almejava não mais estar sob influência da Rússia, e os russos étnicos separatistas de Donbass, região no extremo leste do país que faz fronteira com a Rússia.
Teve início uma onda de protestos que levou à queda de Yushchenko, e aproveitando o vácuo de poder, em 2014, Putin tomou a Crimeia.
O que sabemos que é cada dia é tenso e decisivo, em um ano em que ainda não saímos de uma pandemia extremamente impactante. Neste momento todo o ocidente olha para esta situação com preocupação e cautela.
Além disso há dois acordos importantes a ter em conta. O Acordo de Minsk:
Os Acordos de Minsk eram a “luz ao fundo do túnel” para evitar um conflito na Europa, a base para negociações entre a Rússia e a Ucrânia sobre os territórios separatistas.
Deixaram de ser opção, esta segunda-feira, depois de o Presidente da Rússia reconhecer a independência de Lugansk e Donetsk, territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia. Vladimir Putin veio dizer, um dia depois, que os Acordos de Minsk “já não existem”.
Sete anos depois de celebrados e com interpretações diferentes de ambas as partes, os Acordos de Minsk ainda não tinham saído do papel. Celebrados em 2015, iam estabelecer um estatuto político próprio para os dois territórios que desse garantias de paz na Europa.
A Ucrânia concedia autonomia às duas regiões separatistas – Donetsk e Lugansk – em troca da recuperação da fronteira leste, com a Rússia. Este cenário nunca aconteceu. Na verdade, conseguiram apenas uma redução da intensidade dos combates, com mudanças e conflitos constantes, ou seja foi um acordo que também o Governo Ucrianiano não cumpriu.
Chamam-se Acordos de Minsk porque foram assinados depois de 17 horas de conversações em Minsk, capital da Bielorrússia. Surgem depois da anexação da Crimeia e da guerra civil de Donbass, no leste da Ucrânia em 2014.
Na guerra entre tropas ucranianas e rebeldes pró-russos, em 2014, nas duas regiões de Donbass – Donetsk e Lugansk -, morreram mais de 14 mil pessoas e mais de um milhão ficaram deslocadas. Milhares de soldados russos entraram no conflito, provocando pesadas baixas nos adversários.
O Acordo Minsk 1, assinado em setembro de 2014, estabelecia um cessar-fogo entre o exército ucraniano e os separatistas russos. Tinha 12 pontos, que não foram respeitados. O acordo de paz foi proposto pelo Presidente da Ucrânia na altura, Petro Poroshenko. Incluía uma “zona-tampão” na fronteira que impedisse o abastecimento russo.
A capital da Bielorrússia, Minsk, foi palco das negociações que resultaram no acordo.
O acordo previa um cessar-fogo, troca de prisioneiros, distribuição de ajuda humanitária e retirada de armas pesadas. No entanto, a Rússia também impôs condições: diálogo, eleições locais e a adoção de uma lei sobre o estatuto especial das duas regiões que tinham proclamado a independência (nenhum país a reconheceu) e que descentralizava o poder em Lugansk e Donetsk.
Houve troca de prisioneiros e uma redução temporária do conflito. No entanto, o acordo fracassou, com constantes violações de ambas as partes.
O Acordo Minsk 2 foi discutido e assinado a 12 de fevereiro de 2015, depois de pesadas baixas nas tropas da Ucrânia. Por isso, as autoridades ucranianas falam em pressão para alcançar uma solução rápida.
Pretendia acabar com os combates em Donbass e reintegrar as regiões separatistas apoiadas pela Rússia. Foi firmado entre a Rússia, a Ucrânia, Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e líderes separatistas, sob mediação de França, com François Hollande, Presidente francês, e da Alemanha, com Angela Merkel, chanceler alemã.
Em 13 pontos, o acordo previa uma nova Constituição ucraniana, com a descentralização de Donetsk e Lugansk, o direito à “autodeterminação linguística”, a nomeação de procuradores e juízes, a intervenção de autoridades locais e a cooperação entre regiões ocupadas. Estavam ainda previstas eleições locais. Em contrapartida, a Ucrânia tinha de retomar o controlo da fronteira com a Rússia.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse esta terça-feira que o Acordo de Minsk, em relação ao leste da Ucrânia, já não existe.
“O acordo de paz de Minsk já não existe, não há mais nada para cumprir“, afirmou.
Putin referiu que o acordo de paz foi “violado pela Ucrânia” muito antes da decisão da Rússia de reconhecer as duas regiões separatistas.
Fonte: Sic Notícias
Eleições na Ucrânia
Vamos mencionar a partir do ano de 2014, que foi quando as tensões foram intensificadas depois da dissolução da URSS.
As eleições não foram realizadas em toda a Ucrânia. Durante a crise da Crimeia de 2014 , a Ucrânia perdeu o controle sobre a Crimeia , que foi anexada unilateralmente pela Rússia em março de 2014. Como resultado, não foram realizadas eleições na Crimeia. Em Donbass, apenas 20% das urnas estavam abertas devido a ameaças e violência de separatistas pró-Rússia.
Em 21 de novembro de 2013, o Governo de Azarov suspendeu os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia. A decisão de adiar a assinatura do acordo de associação levou a protestos massivos em toda a Ucrânia . Isso levou à remoção do presidente Viktor Yanukovych e de seu governo pelo parlamento em fevereiro, como parte da Revolução Ucraniana de 2014 , durante a qual Yanukovych fugiu do país para a Rússia.
Em 22 de fevereiro de 2014, o Verkhovna Rada votou 328-0 para destituir Yanukovych como presidente. Oleksandr Turchynov , vice-presidente da Pátria , que havia sido nomeado presidente da Verkhovna Rada naquele dia, foi nomeado interino primeiro-ministro[8] , e, devido ao depoimento de Yanukovych, presidente interino, até novas eleições poderia ser realizada.
Numa conferência de imprensa na cidade russa de Rostov-on-Don a 28 de fevereiro, Yanukovych afirmou que não participaria nas eleições, afirmando que "acredito que são ilegais e não vou participar nelas".
Durante a crise da Crimeia de 2014 e a intervenção militar russa , a Ucrânia perdeu o controle sobre a Crimeia , que foi unilateralmente anexada pela Rússia em março de 2014. Como resultado, as eleições não foram realizadas na Crimeia, mas sim ucranianos que a mantiveram sua cidadania ucraniana foi autorizada a votar em outro lugar na Ucrânia.
Inicialmente, a Rússia se opôs a remarcação da eleição porque o governo russo considerou a remoção do então presidente Viktor Yanukovych ilegal e de seus sucessores temporários uma " ilegítima junta ". Mas em 7 de maio de 2014 o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a eleição seria um passo "na direção certa", mas que a votação não decidiria nada a menos que os direitos de "todos os cidadãos" fossem protegidos.
Os EUA e a União Europeia prometeram no início de maio de 2014 que iriam impor novas sanções contra a Rússia (sanções estão em vigor contra a Rússia desde a crise da Crimeia de 2014 ) se isso perturbasse as eleições. No entanto, ao contrário das sanções anteriores, que eram limitadas a indivíduos e empresas, a terceira fase foi definida para atingir setores inteiros da economia russa.
Anteriormente, os EUA e a UE acusaram a Rússia de desestabilizar a Ucrânia ao atiçar a rebelião pró-Rússia de 2014 no Leste da Ucrânia, uma acusação que a Rússia negou.
Eleições 2019
O primeiro turno da eleição presidencial ucraniana de 2019 foi realizada em 31 de março, como parte das eleições gerais naquele país. Neste pleito, os cidadãos ucranianos aptos a votarem, escolheram o sucessor do presidente Petro Poroshenko ou a permanência do mesmo, já que este também estava concorrendo para permanecer no posto de presidente do país. Nenhum dos candidatos recebeu mais do que a metade dos votos válidos, e um segundo turno foi realizado em 21 de abril, onde ocorreu a vitória de Volodymyr Zelensky, que recebeu73, 22% dos votos (13,506,470) e, deste modo, foi eleito presidente da Ucrânia.
O Primeiro Governo de Yatsenyuk assinou em 21 de março de 2014 o Acordo de Associação União Europeia-Ucrânia com a DCFTA e foi assinado após as eleições presidenciais de maio de 2014. O Atual presidente ucraniao é pró-ocidente, e mais uma vez vai de encontro ao acordo do Minsk e acirra ainda mais as tensões com a Rússia.
Como afeta a Economia?
Neste momento as bolsas Russas e da UE sofrem graves quedas e aumento dos preços do gás natural e do Petróleo.
As bolsas europeias pintaram-se de vermelho perante os desenvolvimentos
da crise ucraniana, depois do Kremlin ter defraudado as expectativas
sobre um encontro entre Vladimir Putin e Joe Biden. As ações russas
deram o maior tombo desde a crise financeira de 2008. Por sua vez, o
rublo desvalorizou cerca de 3%.
O principal índice russo, o Moex, chegou a tombar 14% durante a sessão
para os 116,41 pontos, tendo, entretanto, aliviado para 119,65 pontos,
renovando mínimos de 2008. Desde o início do ano, já acumula uma perda
de 19,81%.
Já o RTS Index, que reúne as 50 maiores empresas russas, desvalorizou 13,21% para 1.207,50 pontos. Entre as cotadas com mais peso, a Gazprom cede 13%, enquanto a petrolífera Rosneft afunda mais de 16%.
Fonte: Jornal de Negócios
O Espaço aéreo Ucraniano neste momento está fechado e várias forças militares reforçam defesas nas suas fronteiras.
Fotografia: flightradar24
Outras Fontes: FREITAS, Eduardo de. "Conflitos no leste europeu "; Brasil Escola. Disponível em: Brasil Escola. Acesso em 24 de fevereiro de 2022.
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