Descoberta Histórica: Fósseis de Anêmonas com Mais de 400 Milhões de Anos São Encontrados no Ceará
07 Feb 2025
Recentemente, uma equipe de pesquisadores brasileiros fez uma descoberta notável no estado do Ceará: fósseis de anêmonas-do-mar com mais de 400 milhões de anos. Esses fósseis foram encontrados na Formação Ipu, parte da Bacia do Parnaíba, em rochas que se estendem por aproximadamente 130 km no território cearense.
O estudo, que conta com Francisco Rony Gomes Barroso como primeiro autor, foi desenvolvido com a colaboração de suas orientadoras e outros pesquisadores. Sua pesquisa de doutorado concentrou-se na análise desses fósseis raros, que representam a primeira ocorrência mundial de moldes de anêmonas-do-mar de corpo mole do período Siluriano. Desde 2010, Rony e sua equipe vêm estudando essas anêmonas, enfrentando desafios significativos devido à dificuldade de visualização das estruturas em muitas das rochas.
A espécie identificada, denominada Arenactinia ipuensis, é uma das maiores já registradas, medindo cerca de 14 cm de altura. O que torna essa descoberta ainda mais significativa é o fato de serem fósseis de organismos de corpo mole, cuja preservação é extremamente rara devido à sua natureza delicada.
Os fósseis datam do Período Siluriano, que ocorreu entre 444 e 433 milhões de anos atrás, um intervalo em que a vida marinha estava se recuperando de um evento de extinção em massa no final do Ordoviciano. A preservação excepcional desses organismos oferece uma oportunidade única para estudar a biodiversidade e as condições ambientais da época.
Para analisar esses fósseis, os cientistas utilizaram técnicas avançadas, como tomografias computadorizadas, permitindo uma compreensão detalhada das estruturas internas das anêmonas. Essa abordagem inovadora ajudou a superar os desafios associados à identificação de fósseis de organismos de corpo mole.
A descoberta de Arenactinia ipuensis não só enriquece o registro paleontológico brasileiro, mas também contribui para o entendimento da evolução da vida marinha após eventos de extinção em massa, oferecendo insights valiosos sobre a resiliência e adaptação dos ecossistemas antigos.
Mais em: Folha
Autor do trabalho: Rony Barroso