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Entrevista Dra. Flaviana Lima

12 Oct 2022

O Dia Internacional da Geodiversidade hoje reconhecido por unanimidade pela UNESCO por iniciativa de Portugal que apadrinhou a campanha internacional do mundo científico para o reconhecimento formal desta data.


Apesar da multiplicidade de serviços que a geodiversidade oferece, a maioria das pessoas não tem consciência do quanto somos dependentes dela como sociedade.


É por isso que precisamos promover uma melhor compreensão dos processos dinâmicos da Terra, para que os cidadãos possam fazer escolhas políticas informadas que promovam uma sociedade mais sustentável. Reconhecendo a importância das geociências na resolução dos grandes desafios que a humanidade enfrenta hoje, a Conferência Geral da UNESCO proclamou o dia 6 de outubro como o Dia Internacional da Geodiversidade.Fonte: UNESCO


Tendo a importância deste dia que temos a honra de divulgar a entrevista que nos foi concedida pela Dra. Flaviana Lima, e por que?


A Dra. Flaviana Lima é Professora Adjunta da Universidade Federal de Pernambuco no Núcleo de Biologia do Centro Acadêmico de Vitória, onde ministra as disciplinas Paleontologia e Estrutura e Dinâmica da Terra.


É graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Regional do Cariri, Mestre e Doutora em Geociências (Paleontologia - Paleobotânica) pela Universidade Federal de Pernambuco.


Realiza estágio de Pós-Doutorado na Universidade Regional do Cariri, é curadora associada do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens e Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica e Recursos Naturais.


Atualmente dedica-se a dois projetos importantes simultaneamente, um é entender mais sobre as angiospermas do Cretáceo da Bacia do Araripe, afinal, naquele lugar estão um dos registros mais importantes do início da diversificação das angiospermas; e o outro é estudar os paleoincêndios vegetacionais da Bacia do Araripe e da Antártica.



Segundo ela, a sua maior contribuição é "ajudar a compreender melhor como era o passado do planeta em um determinado local a partir das plantas fósseis tem sido minha maior contribuição. Depois, de forma mais tímida, incentivar outras meninas e mulheres na ciência a partir da divulgação do meu trabalho em palestras, lives, entrevistas, etc."


Com certeza, uma inspiração!


Temos a honra de divulgar essa entrevista:


Você é licenciada/graduada em qual(s) área(s) do conhecimento?e Por que escolheu esta(s) área(s)?Em qual instituição você concluiu sua licenciatura/graduação?


Eu sou graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Regional do Cariri, que fica no interior do Estado do Ceará. Escolhi esta área pela proximidade com o que me identificava diante das opções de cursos, pois desde criança sempre fui muito curiosa, sempre quis saber sobre a origem das coisas, o motivo pelo qual as plantas e os animais são como são, a origem das rochas, etc. Tudo o que estava ali a minha volta.


Qual(is)  o(s) principal(is) projetos da sua trajetória profissional ou académica (ou pessoal) que gostaria de lembrar(poderia descrevê-lo ou partilhar arquivos) ?


Posso dizer que estudar os fósseis da Bacia do Araripe é um privilégio, pois são excepcionalmente bem preservados. Atualmente tenho me dedicado a dois projetos simultaneamente, um é entender mais sobre as angiospermas do Cretáceo da Bacia do Araripe, afinal, naquele lugar estão um dos registros mais importantes do início da diversificação das angiospermas; e o outro é estudar os paleoincêndios vegetacionais da Bacia do Araripe e da Antártica.


Um resultado recente foi o registro de paleoincêndios na Antártica há 75 milhões de anos que foi amplamente divulgado na mídia:

Live Science

Polar Research

New York Times


Sabemos que é uma conhecida pesquisadora no Brasil, poderia falar mais sobre a sua pesquisa?


Eu sou paleontóloga e trabalho especificamente com a paleobotânica que é uma área da paleontologia que busca localizar, analisar e interpretar registros de organismos vegetais em rochas sedimentares formadas há milhares ou milhões de anos atrás. Por ser da Região do Cariri, naturalmente trabalho com os fósseis de lá.


São fósseis incrivelmente bem preservados e por isso eu tenho a possibilidade de estudar plantas completas e com a microestrutura preservada, algo raro no registro fóssil. No geral, tenho me dedicado a estudar os carvões fósseis do Gondwana e estudado as gimnospermas e angiospermas fósseis da Bacia do Araripe.



Ouve alguma playlist enquanto cria/trabalha?Qual?


Amo ouvir as playlists dos filmes Interstellar e Angels & Demons, pois me ajudam na concentração e são músicas inspiradoras.


Quais os principais autores que costuma ler? Pode indicar 3 autores que lê para a sua atuação profissional e pelo menos 1 que indicaria para ler nos momentos livres?


O que mais tenho lido atualmente são artigos científicos para conseguir escrever os meus trabalhos, mas nas horas livres leio livros que falem mais sobre mulheres em vários aspectos, desde empreendedorismo a ciência. Posso indicar esses dois: "Mulheres que correm com os lobos" e "Mulheres, Mitos e Deusas: O feminino através dos tempos".


Que tipo de impactos positivos acha que a sua área de atuação (no contexto da Geologia) trouxe para sua comunidade (cidade ou País)?


Penso que ajudar a compreender melhor como era o passado do planeta em um determinado local a partir das plantas fósseis tem sido minha maior contribuição. Depois, de forma mais tímida, incentivar outras meninas e mulheres na ciência a partir da divulgação do meu trabalho em palestras, lives, entrevistas, etc.



Qual sua opinião sobre os impactos da pandemia no percurso profissional de jovens investigadoras/cientistas?


Acredito que todas nós fomos impactadas de diferentes formas, umas mais, outras menos. No caso das minhas orientadas o impacto foi maior, pois os trabalhos de mestrado e doutorado ficaram parados, mas não houve pausa por parte do programa de pós. E mesmo com as prorrogações que foram dadas por direito, o trabalho não saiu como esperávamos.


Acha que os rumos das reflexões na sua área de investigação em sofreram alguma mudança de abordagem tendo em vista as transformações que estamos passando? Se sim, cite um exemplo.



Acho que não.



O que você diria ao seu eu antes do primeiro confinamento por causa da Pandemia do novo coronavírus?



Que não perca as oportunidades que surgirem e aproveite todos os momentos, inclusive o processo, pois vivemos o processo.



Pode nos esclarecer sobre o termo "colonialismo científico" na Paleontologia?



No geral, o colonialismo se refere à prática de dominação sobre algum território, ou seja, é um meio utilizado por grandes potências para exercer domínio político, econômico ou cultural sobre alguma nação. Dessa forma, utilizam esse mecanismo para explorar as riquezas ou com o intuito de expandir território.


Já o "colonialismo científico" se refere aos pesquisadores, geralmente de países com renda mais elevada, que vão a outros países para realizar pesquisas e depois retornam sem que haja qualquer envolvimento com as comunidades locais e especialistas locais.


Contudo, isso pode ser mais grave, se considerarmos a desvalorização da experiência dos pesquisadores locais e a violação das leis.


Isso dificulta o desenvolvimento científico nacional e pode ser chamada de "Ciência de paraquedas". Isso tem se repetido frequentemente na paleontologia quando os fósseis são retirados ilegalmente do Brasil e estudados e publicados por estrangeiros, sem que haja qualquer envolvimento com o Brasil.


O caso do dinossauro Ubirajara jubatus reflete claramente o colonialismo na paleontologia brasileira.


Qual (is) tipo de conteúdo(s) gostaria que fosse mais abordado nas redes sociais que segue?



Conteúdos que abordem ciência, cientistas e empoderamento feminino.



Como você vê o futuro (próximos 5 anos) para a sua área de atuação?



Muitos fósseis sendo descritos, muito diálogo sobre a preservação do patrimônio paleontológico, contudo, pouco investimento como na maioria das áreas da Ciência.


Gostaria de deixar alguma mensagem para mulheres que estão a iniciar suas carreiras em áreas correlatas com a sua?


Futuras cientistas, sejam curiosas! Estudem, dediquem-se e, sobretudo, apaixonem-se pela sua pesquisa.


Informações importantes:


Site oficial do dia internacional da geodiversidade


Curriculum Académcico da Professora Dra. Flaviana Lima

Paleontologia Geociências Fósseis Brasil mulheres inspiradoras mulheresinteligentes mulheres nas geociências
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