O terremoto de 1755 em Lisboa

Este sismo não apenas destruiu grande parte da capital portuguesa, como também foi seguido por um maremoto e incêndios que amplificaram a destruição e a perda de vidas. O litoral sul do país, incluindo o Algarve, também sofreu danos significativos.

Na manhã de 1 de novembro de 1755, o terremoto, que durou vários minutos, fez ruir edifícios em toda Lisboa, espalhando destroços por toda a cidade. O desastre foi agravado pelo maremoto que se seguiu, quando o rio Tejo transbordou e inundou as ruas da baixa lisboeta. Muitos habitantes que haviam fugido para as margens do rio, na tentativa de escapar dos edifícios em colapso, foram surpreendidos pelas águas. Quando as ondas recuaram, incêndios se alastraram, queimando o que ainda restava da cidade.

O terremoto de 1755 em Lisboa é um marco na história europeia, não apenas pelos danos materiais e humanos, mas também pelo impacto cultural e filosófico que teve. Este evento desafiou as concepções da época sobre a natureza e a providência divina, influenciando profundamente o pensamento iluminista.

Segundo o historiador francês Jean Delumeau, a destruição causada pelo terremoto foi percebida como um castigo divino, o que era uma visão comum em uma época marcada por uma profunda religiosidade. Porém, pensadores como Voltaire criticaram essa interpretação, defendendo que desastres naturais deveriam ser entendidos como fenômenos da natureza, e não como punições divinas.

O impacto do sismo também estimulou avanços na ciência da sismologia. Conforme mencionado por Nicholas Ambraseys e Roger Bilham em suas pesquisas sobre sismos históricos, o terremoto de Lisboa foi um dos primeiros a ser estudado com uma abordagem científica, levando ao desenvolvimento de métodos para melhor entender e mitigar os efeitos dos terremotos.

Para ilustrar o impacto e a reconstrução de Lisboa após o terremoto de 1755, diversos documentários e simulações podem ser utilizados. Um exemplo é o documentário "Lisboa Antes e Depois do Terramoto", que oferece uma reconstituição da cidade antes do desastre e explora as causas e consequências do evento.

Outra fonte valiosa é o vídeo "Simulação do Terramoto de 1755", que apresenta uma recriação visual do sismo, demonstrando a sequência de eventos desde o tremor inicial até os incêndios que consumiram a cidade. Este tipo de recurso visual pode ser fundamental para a compreensão da magnitude do desastre e de como ele moldou a história e a geografia de Portugal.

Esses materiais audiovisuais, quando associados ao referencial teórico, permitem uma análise mais aprofundada dos eventos, ligando a história factual aos impactos culturais e científicos que o terremoto de 1755 desencadeou.

veja o Video: https://ensina.rtp.pt/artigo/o-terramoto-de-lisboa-de-1755/