O desenvolvimento tecnológico abrange muito além do simples avanço tecnológico, abrange as conexões e influências nos relacionamentos comerciais, centros de pesquisa e governos.
A sinergia das conexões fazem com que as soluções desenvolvidas como resultado do avanço científico e tecnológico possam ter lugar no processo de trabalho das entidades e na nossa vida quotidiano.
A essa prerrogativa junta o facto de nem nos darmos conta de que a tecnologia não se resume apenas àquelas soluções "high tech", como é o caso dos computadores, smart phones e "itudos".
As palavras técnica e tecnologia têm origem comum na palavra grega techné que consistia muito mais em se alterar o mundo de forma prática do que compreendê-lo. Inicialmente era um processo onde a contemplação científica praticamente não exercia influências (KNELLER, 1978).
Na técnica, a questão principal é do como transformar, como modificar. O significado original dotermo techné tem sua origem a partir de uma das variáveis de um verbo que significa fabricar, produzir, construir, dar à luz, o verbo teuchô ou tictein, cujo sentido vem de Homero; e teuchos significa ferramenta, instrumento (TOLMASQUIM, 1989; LION, 1997).
A palavra tecnologia provém de uma junção do termo tecno, do grego techné, que é saber fazer, e logia,do grego logus, razão. Portanto, tecnologia significa a razão do saber fazer (RODRIGUES, 2001). Em outras palavras o estudo da técnica. O estudo da própria atividade do modificar, do transformar, do agir (VERASZTO, 2004; SIMON et al, 2004a).
Dentro dessa lógica, o estudo constante da própria atividade de modificar, transformar, agir refletem a tecnologia.
A tecnologia utilizada para gerir,
A tecnologia utilizada para produzir,
A tecnologia utilizada para comunicar.
Várias são as formas de sermos tecnológicos, e não necessariamente sermos "high tech". O smart phone não é uma tecnologia, é uma ferramenta utilizada para acedermos a diversas tecnologias, como é o caso da Inteligência Artificial, entre outras.
Referências:
TOLMASQUIM, A. T. Instrumentalização e Simulação como Paradigmas da Ciência
Moderna: 83-87. In: D’Ambrosio, U. (org.). Anais do 2º Congresso Latino-
Americano de História da Ciência e da Tecnologia. São Paulo: Nova Stella. 1989.
VERASZTO, E. V. Projeto Teckids: Educação Tecnológica no Ensino Fundamental.
Dissertação de Mestrado. Campinas. Faculdade de Educação. UNICAMP. 2004.
VERASZTO, E. V., SILVA, D., SIMON, F. O., BARROS FILHO, J., BRENELLI, R. P. (b)
O caráter multidisciplinar da Educação Tecnológica: desenvolvendo atividades
práticas contextualizadas a partir de uma releitura dos Parâmetros Curriculares
Nacionais In: Desafios da Educação neste século: pesquisa e formação de Professores.
RODRIGUES, A. M. M. Por uma filosofia da tecnologia. In: Grinspun, M.P.S.Z.(org.).
Educação Tecnológica - Desafios e Pespectivas. São Paulo: Cortez, 2001: 75-129
SIMON, Fernanda de Oliveira; SILVA, Dirceu da; BARROS FILHO, Jomar; VERASZTO,
E. V.; LACERDA NETO, J C N . Habilidades e Competências de Engenheiros sob a
ótica dos Alunos dos Cursos de Engenharia.. In: XXXII Congresso Brasileiro de
Ensino de Engenharia, 2004, Brasilia. XXXII Congresso Brasileiro de Ensino de
Engenharia. Brasilia : Cobenge, 2004 (b). p. 1-7